O projeto CetAMBICion chega ao fim com avanços no conhecimento das populações de cetáceos e nas medidas de mitigação das capturas acidentais no Golfo da Biscaia

O projeto “Estratégia Coordenada de Avaliação, Monitorização e Gestão de Cetáceos na sub-região do Golfo da Biscaia e Costa Ibérica (CetAMBICion)” está a terminar após dois anos e meio de trabalho. Com o objetivo de apresentar os resultados alcançados e discutir as recomendações e elementos para reduzir as capturas acidentais, os parceiros do projeto participaram... Ler mais »

O projeto “Estratégia Coordenada de Avaliação, Monitorização e Gestão de Cetáceos na sub-região do Golfo da Biscaia e Costa Ibérica (CetAMBICion)” está a terminar após dois anos e meio de trabalho. Com o objetivo de apresentar os resultados alcançados e discutir as recomendações e elementos para reduzir as capturas acidentais, os parceiros do projeto participaram numa reunião final deste projeto internacional. Foram também discutidas possíveis iniciativas e projetos futuros que possam dar continuidade ao CetAMBICion e contribuir para aumentar o conhecimento nesta matéria.

O evento, que decorreu na sede da Fundação Biodiversidade do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico (MITECO), parceiro do projeto, contou com a participação de mais de 60 pessoas entre parceiros do projeto, bem como membros do Comité Consultivo do projeto, parceiros de outras iniciativas semelhantes e outros colaboradores ou partes interessadas.

MAIOR CONHECIMENTO

Durante o evento, os parceiros do projeto partilharam os resultados das diferentes medidas destinadas a promovera informação sobre as populações de cetáceos no Golfo da Biscaia e na Costa Ibérica, o impacto das capturas acidentais destas espécies e as medidas que estão a ser aplicadas e que devem ser postas em prática para mitigar este problema na região.

Por um lado, o projeto contribuiu para melhorar o conhecimento científico já existente sobre os cetáceos, especialmente o golfinho comum, o roaz e o boto, e as ameaças que afetam as respetivas populações, identificando as áreas com maior risco de capturas acidentais no Golfo da Biscaia. Foi envolvido um vasto painel de especialistas e o setor científico, bem como as administrações públicas e a implicação crucial do setor das pescas.

Mais especificamente, foi elaborada uma proposta para avaliar e estimar a abundância e a distribuição destes cetáceos e para controlar as capturas acidentais que ocorrem durante as actividades de pesca. Foi igualmente efectuada uma análise do estado da arte e da eficácia das medidas existentes para dissuadir as espécies de cetáceos e evitar a sua captura acidental.

Além disso, uma das partes mais importantes do projeto CetAMBICion foi a realização de testes-piloto de dispositivos e medidas de mitigação em diferentes artes de pesca, tais como dispositivos acústicos em redes fixas e redes de cerco, dispositivos de exclusão de cetáceos na pesca de arrasto e uma regra de deslocação, que consiste na deslocação dos navios de pesca das zonas onde é detectada uma elevada densidade de cetáceos.

COMPROMISSO DE PARTICIPAÇÃO

Outro pilar crucial desta iniciativa foi o envolvimento de todas as partes interessadas. Foram realizados mais de dez workshops nos três países com os setores envolvidos no meio marinho, nomeadamente o setor das pescas, para dar conta dos avanços e resultados do projeto e incentivar a sua participação. O objetivo foi também melhorar o seu conhecimento das estratégias e interações do meio marinho entre as atividades de pesca e as populações de cetáceos. As conclusões destes workshops foram também apresentadas durante o evento.

Finalmente, a divulgação de resultados é crucial, pelo que foram preparados diversos materiais informativos e de sensibilização.

O PROJETO

O projeto CetAMBICion, coordenado pelo Instituto de Investigações Marinhas (IIM-CSIC), que conta com a participação de 15 parceiros de Espanha, França e Portugal, tem como objetivo reforçar a colaboração e o trabalho científico entre os três países para avaliar e reduzir as capturas acidentais de cetáceos na sub-região do golfo da Biscaia e da Costa Ibérica, em estreita colaboração com o setor das pescas.

A iniciativa faz parte do chamado DG ENV/MSFD 2020 (Diretiva-Quadro Estratégia Marinha) da Comissão Europeia, e os objetivos estão alinhados com a Diretiva de Habitats e a Política Comum das Pescas.